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De uma maneira geral, pode-se considerar que a implantação do Projeto PELD na
planície de inundação do alto Rio Paraná (“site”
6) foi bem sucedida, pois as principais metas da primeira etapa vêm
sendo cumpridas. Muito embora as amostragens estejam sendo realizadas em várias
estações, representando uma grande variabilidade de hábitats, com prioridade
para a complementação do diagnóstico das condições ambientais e das assembléias
da área, os dados que estão sendo obtidos serão utilizados na seleção dos
ambientes onde este monitoramento será concretizado e no monitoramento de longo
prazo, objetivo maior do PELD.
O aumento expressivo do número de táxons
registrados para as diferentes assembléias aquáticas que vêm sendo
investigadas, deve ser considerado um dos mais importantes avanços alcançados
já na primeira etapa do projeto. Este fato demonstra, de forma inequívoca, que
a dimensão espacial até então enfocada não era suficientemente abrangente
para inventariar a biodiversidade local. Assim, o PELD está contribuindo para
superar uma das principais restrições dos trabalhos até então desenvolvidos
na planície, ou seja, a centralização de amostragens em poucos ambientes.
Espera-se que o projeto em andamento forneça,
além das informações científicas ecológicas referentes a processos que
ocorrem em escalas temporais até então pouco avaliadas em ecossistemas
tropicais, possibilidades de interferir no plano de manejo da APA das Ilhas e Várzeas
do Rio Paraná. Este plano é de fundamental importância para a área, pois,
como descrito inicialmente, o “site” 6, juntamente com o Parque Nacional de
Ilha Grande (PR-MS) e o Parque Estadual do Ivinheima (MS), representa o último
remanescente ainda não represado do rio Paraná em território brasileiro.
Os benefícios sociais advindos
diretamente do projeto também devem ser considerados. Dentro desta perspectiva,
espera-se que as intervenções junto das populações humanas que vivem nas
imediações da APA e retiram dela seu sustento, parcial ou integralmente,
tragam benefícios a curto e médio prazos para a região. Para tanto, são
prioritários os sub-projetos da área de Educação Ambiental e de organização
dessas populações, com vista às novas perspectivas que a APA trouxe para a
região, como o provável aumento pelo interesse em turismo ecológico, por
exemplo.
Por fim, cabe ressaltar que a complementação
dos recursos pelos demais órgãos signatários do PELD, como o MCT e a FINEP,
por exemplo, é fundamental para cobrir algumas lacunas que comprometerão a
unificação dos resultados com os demais “sites” brasileiros,
latino-americanos e mundiais. Destaca-se, neste caso, a necessidade urgente de
implantação, em todos os “sites” brasileiros de estações meteorológicas
que possibilitem a coleta de dados unificados, que constituirão a matriz básica
de fatores independentes que explicam as variações de longo prazo que
pretendemos avaliar.
Coordenadores
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