Atividades de Pesquisa
Componente Biótico

Descrição dos locais de amostragem

 

Resumo

Os locais de amostragem utilizada no diagnóstico limnológico da bacia, incluindo as características físicas e químicas da água e a fauna e flora aquática, foram similares àqueles descritos no relatório anterior, ou seja, 36 estações, envolvendo rios, ressacos, canais e lagoas com diferentes graus de conecção com o sistema. A descrição suscinta destas estações, incluindo suas coordenadas, morfometrias e vegetação das encostas, são, portanto, reproduzidas nesse tópico.

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Variação espacial e temporal de fatores limnológicos


Figura 1. Níveis hidrológicos do rio
 Paraná tomados em Porto São José

Resumo

Sidinei Magela Thomaz (coordenador), Renata Ribeiro de Araújo Rocha,  Thomaz Aurélio Pagioro, Maria do Carmo Roberto, Sandra Barreto de Carvalho, André Kioshi da Silva Nakamura, Priscilla de Carvalho, Péricles Sobrinho Costa Barcel & Marcelo Taka

Foram analisadas algumas das principais variáveis limnológicas abióticas em 36 estações de amostragem da planície de inundação do rio Paraná em quatro períodos do ano. Em dois desses ambientes (uma lagoa marginal conectada ao rio Paraná - lagoa das Garças) e no rio Paraná, as análises foram mensais, objetivando identificar os padrões de variação temporal das variáveis limnológicas. Uma análise multivariada (ACP) com os dados obtidos nos 36 hábitats investigados ordenou fracamente esses hábitats quanto ao rio ao qual eles encontram-se conectados. Esta análise indicou que os ambientes conectados ao rio Ivinheima apresentaram, em geral, maiores concentrações de fósforo total, nitrogênio total e turbidez. Os ambientes associados ao rio Paraná, por outro lado, caracterizaram-se pelas baixas concentrações de nitrogênio e fósforo total e elevada transparência. A presença de uma cadeia de reservatórios a montante da planície, que afeta diretamente o rio Paraná, e a ausência de reservatórios no Ivinheima, parece ser uma explicação plausível para este padrão. A ordenação dos ambientes por meses não discriminou diferentes épocas de coleta, fato que pode ser associado à ausência de pulsos de inundação pronunciados durante o período em questão. A análise temporal do rio Paraná e Lagoa das Garças mostrou que esta última apresenta baixas concentrações de nitrogênio inorgânico, especialmente nitrato, comparativamente ao rio. Por outro lado, as concentrações de fósforo foram mais elevadas na lagoa durante todo o ano. Estes resultados apontam para o rio como importante fonte de nitrogênio inorgânico para a lagoa e indicam que os aportes de fósforo para a mesma originam-se a partir de fontes existentes no interior da planície ou na própria lagoa (ressuspensão do sedimento, por exemplo). Por outro lado, para alguns parâmetros limnológicos (condutividade elétrica e alcalinidade) o padrão temporal obtido na lagoa é inverso ao observado em lagoas que não se encontram conectadas aos rios da planície. Este fato evidencia que os ambientes lênticos da várzea são também afetados, ao menos parcialmente, pelo grau de conectividade com os ambientes lóticos, além dos pulsos de inundação e outras funções de força locais.

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Fitoplâncton

Resumo

Responsáveis: Dra Sueli Train (coordenador); M.Sc. Luzia Cleide Rodrigues (bióloga); Paula Aparecida federiche Borges (Bolsista PIBIC); Angela Palozzi zandonadi (pós graduanda); Bianca Matias Pivato (pós graduanda); vânia mara bovo (estagiária); Alessandro takeo uyeda (estagiário); e marcia mitiko nacagava (estagiária).

Através das amostragens semestrais realizadas de fevereiro 2000 a fevereiro de 2001 possibilitaram o inventário de 418 táxons, sendo que aproximadamente 30% destes constituem primeira citação para a planície de inundação do alto rio Paraná. O sub-sistema rio Ivinhema teve os menores valores de riqueza de espécies. De forma geral, o maior número de táxons ocorreu nos ambientes com comunicação direta com o rio Paraná. A densidade e biovolume fitoplanctônicos foram maiores nos ambientes sem comunicação, sendo Cyanophyceae a classe dominante. Os maiores valores de diversidade específica foram registrados nos canais e lagoas com comunicação. Os baixos valores de diversidade observados nos ambientes sem comunicação com o rio ou canais secundários podem ser atribuídos à ocorrência de florações de cianofíceas. A ausência de uma sazonalidade marcante dos atributos analisados reflete a não ocorrência de uma típica fase de inundação na planície do alto rio Paraná.

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Perifiton

Resumo

Liliana Rodrigues (Coordenadora), Josimeire A. Leandrini (Pós-graduanda), Susicley Jati (Bióloga), Elizângela L. V. da Silva (estagiária voluntária), Sirlene Aparecida Felisberto (estagiária voluntária), Iraúza A. Fonseca (estagiária voluntária), Sandro Roberto da Silva Pereira (Pós-graduando).

A análise da comunidade perifítica foi realizada sob os aspectos estrutural, funcional e de composição específica. Até o momento, a assembléia ficoperifítica conta com 367 táxons inventariados, sendo o maior número de táxons registrados para os ambientes do rio Baía. Aplicando-se o índice de diversidade Beta, os ambientes lóticos apresentaram uma maior heterogeneidade entre si. Já as lagoas apresentaram uma menor variação dentro de cada rio a que estão relacionadas. A classe Bacillariophyceae (diatomáceas), além de apresentar o maior número de espécies, também dominou no número de indivíduos (densidade) em todos os ambientes da planície estudados. Em seqüência, foram destaque a classe Cyanophyceae nos ambientes do rio Ivinheima e as classes Oedogoniophyceae e Zygnemaphyceae nos ambientes dos rios Baia e Paraná. Analisando os dados de clorofila-a por ambientes e os diferentes rios principais (Ivinheima, Baia e Paraná), verifica-se que os maiores teores foram registrados, de forma geral, para os ambientes do rio Paraná. Dentre estes, destacaram-se os ressacos (lagoas abertas). Este fato pode estar relacionando as características morfológicas destes ambientes, uma vez que os mesmos apresentam um alto grau de conexão com rio. Quando avaliada a relação entre os dados de PT da comunidade perifítica e os teores de clorofila-a pode-se verificar uma alta correlação (r= 0,3912; p= 0,024). Acredita-se que os baixos e elevados valores de biomassa fotossintética nos ambientes amostrados estão diretamente relacionados tanto ao PT disponível na própria comunidade, como ao PT disponível na coluna d’água.

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Zooplâncton

Resumo

Fábio Amodêo Lansac-Tôha (coordenador); Claudia Costa Bonecker (bióloga); Luiz Felipe Machado Velho (Biólogo); Christiane Luciana da Costa (Bolsista PIBIC); Danielle Goeldner Pereira (Bolsista PIBIC); Fábio Azevedo (Bolsista CAPES); Geziele Mucio Alves (Bolsista PIBIC); Marcia Marlise Pedroso (Bolsista PIBIC); Mariza Yuri Nagae (Bióloga).

O zooplâncton esteve representado por 187 táxons, destacando-se os rotíferos como o grupo mais especioso. Espacialmente, uma maior riqueza foi constatada, em geral, nos rios, devido a contribuição de táxons não planctônicos na coluna de água. Entretanto, não foi possível distinguir um padrão nítido de variação temporal, provavelmente, em função da ausência de um pulso de cheia expressivo no ano estudado. As maiores densidades foram verificadas, em geral, nas lagoas fechadas, devido, provavelmente, à ausência de perda dos organismos planctônicos para outros ambientes, e a colonização das regiões litorâneas por extensos bancos de macrófitas aquáticas que contribuem com táxons não planctônicos para a região pelágica. Essa contribuição parece ter favorecido, ainda, as maiores densidades constatadas no período chuvoso. Por outro lado, a diversidade específica foi mais elevada nos rios e canais, no período chuvoso, sendo influenciada tanto pelos elevados valores de riqueza como por uma menor dominância de espécies. As alterações da composição do zooplâncton nos ambientes, e nos dois períodos amostrados, apresentaram diferentes padrões de variação. As tecamebas e os rotíferos apresentaram maiores valores de diversidade b nos rios e canais, e os cladóceros, nos canais. Temporalmente, os dois primeiros grupos apresentaram maiores alterações na composição no período seco, e os cladóceros, no período chuvoso. Em relação aos sistemas, os ambientes presentes no sistema Paraná apresentaram maiores alterações na composição de tecamebas e cladóceros, e os ambientes presentes no sistema Baía, de rotíferos. A presença ou ausência de um constante fluxo de corrente e o grau de comunicação entre os ambientes foram os fatores influentes na estrtura e dinâmica da comunidade zooplanctônica nesse estudo.

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Zoobentos

Resumo

Alice Michiyo Takeda (coordenadora); Daniele Sayuri Fujita (bióloga); Cristina Márcia Menezes de Buttaka (doutoranda); Elisa Hirome Komatsu (mestranda); Samara Francis Anselmo (bolsista AT); Yara Moretto (bolsista PIBIC); Cassiana de Lima Amaro (bolsista PIC); Márcia da Rocha Bubena (bolsista PIBIC); João Paulo Rambelli Bibian (bolsista PIBIC); Caroline Pavan Braga (bolsista PIC); Érica Mayumi Takahashi (bióloga); Vinícius Gonçalves Dias (estagiário).

O canal principal e o secundário e as lagoas com diferentes comunicações da planície aluvial do rio Paraná têm uma hidrodinâmica fluvial característica, possuindo uma taxa temporal lenta de mudanças físicas e químicas da água, onde as bionomias de muitos organismos estão intimamente ligadas a essa periodicidade. As amostras de zoobentos foram coletadas trimestralmente de fevereiro a novembro de 2000, em 36 estações com pegador tipo Petersen. Em cada estação foram determinados três pontos, em transecto: dois na região marginal e um na região central. A menor malha utilizada para separar os organismos bentônicos foi a de 0,2 mm. Para avaliar a existência de diferenças significativas entre a densidade dos grupos taxonômicos foram empregadas a MANOVA e ANOVA. Observou-se completa ausência de padrão, indicando a necessidade de aprofundar mais os estudos de diferentes conectividade das lagoas com o canal principal, assim como na identificação dos taxa zoológicos mais específicos.

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Ictiofauna

Resumo

Horácio Ferreira Júlio Jr (Coordenador); Luiz Carlos Gomes (pesquisador); Karla Danielle Gaspar da Luz (doutoranda); Elaine Antoniassi Luiz (doutoranda), Valdirene Esgarbosa Loureiro Crippa (doutoranda), Edson Fontes de Oliveira (doutorando).

A principal função de força das planícies de inundação é o pulso de inundação, que atua como um importante agente estruturador das comunidades biológicas nos diversos componentes desses ecossistemas. Porém, para entender o efeito do pulso há necessidade de informações de longo prazo. Com o objetivo de determinar as alterações espaciais de alguns atributos da assembléia de peixes (riqueza, diversidade, persistência e agregação), da abundância relativa, bem como identificar padrões na estrutura da assembléia e suas relações com algumas variáveis abióticas e avaliar a atividade reprodutiva, foram realizadas quatro amostragens, no período entre fevereiro e outubro de 2001, utilizando-se redes de espera e arrastes em 36 estações, contemplando rios, canais, lagoas abertas e fechadas da planície de inundação do alto rio Paraná. Um total de 96 espécies de peixes foram amostradas. De maneira geral, para os dados de redes de espera, os rios apresentaram os maiores valores médios da riqueza, Índice de Diversidade (H') e equitabilidade. Para os arrastos, os maiores valores desses atributos foram obtidos nas lagoas fechadas. Em relação ao b-2, nos ambientes amostrados com redes, os rios e canais apresentaram os maiores valores, indicando maior alteração na composição das espécies ao longo dos meses. Quanto aos locais amostrados com arrasto, as lagoas abertas apresentaram maior variação na composição específica (maiores valores de b-2). As espécies dominantes nos ambientes amostrados com redes são residentes, de médio porte, com pouca ou nenhuma contribuição das grandes migradoras. As espécies dominantes nos arrastos são de pequeno porte e ciclo de vida curto e elevado potencial reprodutivo. A persistência demonstrou que as espécies dominantes ocorreram na maioria das estações amostradas durante a maioria da coletas. O padrão de agregação, para as capturas com redes de espera e arrasto, diferiram do aleatório e, foi caracterizado como agregado. A ordenação das categorias de ambientes (amostradas com redes de espera e arrasto), em relação aos fatores abióticos, não foi evidente, possivelmente devido a alta variabilidade temporal. Porém, a ordenação das categorias de ambientes, considerando as espécies, foi satisfatória, com os rios apresentando uma assembléia mais diferenciada (dados de redes de espera) dos canais, lagoas abertas e lagoas fechadas. Para os dados de arrasto, as lagoas abertas diferiram das lagoas fechadas em relação a assembléia de peixes. Correlações significativas foram encontradas entre as matrizes de dados abióticos e da CPUE das espécies (sumarizadas por análise multivariada), indicando um efeito estruturador da primeira sobre a segunda. O período de maior atividade reprodutiva para o conjunto de espécies de peixes mais abundante foi de outubro a fevereiro, embora algumas espécies em reprodução tenham sido constatadas durante todo o ano. A dependência ou não do pulso de inundação parece o principal fator que determinou o sucesso de uma dada espécie nesse período de estudo.

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Ictioplâncton

Resumo

Keshiyu Nakatani (Coordenador); Andréa Bialetzki (Bióloga); Paulo V. Sanches (Doutorando); Valmir Alves Teixeira (Técnico De Laboratório); Marta E. E. Borges (Auxiliar De Laboratório); André Vieira Galuch (Bolsista – PIBIC/Cnpq); Fernando D. C. Gomes (Bolsista - Cnpq); Mirian R. Suiberto (Estagiária - Nupélia); Marli A. Luvisuto (Estagiária - Nupélia); Luciana F. Assakawa (Estagiária – Nupélia); Mariângela Di Benedetto (Estagiária – Nupélia) E Renato Z. Borges (Estagiário – Nupélia).

As coletas foram realizadas em 58 estações de amostragem distribuídas em ambientes lóticos, semi-lóticos e lênticos nos rios Paraná, Baía e Ivinhema. No período de outubro de 2000 a março de 2001. Para as coletas de ovos e larvas foram realizadas amostragens na superfície e fundo. Nas amostragens de superfície foram utilizadas redes de plâncton do tipo cônico-cilíndrica, com malha 0,5mm. As amostragens de fundo foram realizadas com redes do mesmo tipo e malhagem acoplada a uma draga do tipo trenó. Ambas as redes foram equipadas com fluxômetro para a obtenção do volume de água filtrada. Em todas as estações de amostragem as coletas foram realizadas no período noturno. As densidades de capturas de ovos e larvas foram padronizadas para um volume de 10m3. Durante o período foram capturados 6.010 ovos e 5.795 larvas, sendo que as maiores ocorrências de ovos foram verificadas nas estações localizadas no rio Paraná, e a de larvas nas estações localizadas no rio Baía. De maneira geral, as capturas de ovos foram registradas em 45 das 58 estações, com densidades médias variando entre 0,06 (PE 14) à 50,52 ovos/10m3 (A03), sendo registradas densidades acima 10,01 ovos/10m3 na maioria das estações do rio Baia. Para as larvas as capturas ocorreram em 54 das 58 estações amostradas, com densidades médias acima de 10,01 larvas/10m3 distribuídas principalmente no rio  Baía. No rio Paraná as densidades ficaram entre 0,01 e 5,0 larvas/10m3 em quase todas as estações, sobressaindo-se apenas a estação P13, com densidade acima de 10,01 ind./10m3 (Fig. 3). As capturas de ovos e larvas revelaram a ocorrência de atividade reprodutiva nos três rios amostrados, indicando que estes ambientes são utilizados como locais de desova para várias espécies de peixes. As elevadas densidades de larvas capturadas principalmente no rio Baía, sugerem que este ambiente se caracteriza como local preferencial para a desova. Esta preferência pode estar relacionada com as características presentes neste rio, como a presença de lagoas marginais e densa cobertura de macrófitas nas margens, oferecendo abrigo e alimento em abundância para as formas jovens. Embora o rio Ivinhema apresente características semelhantes, as densidades de capturas foram relativamente baixas, quando comparadas com o rio Baia. Este fato pode ser devido ao período de amostragem, o qual incluiu dois meses onde a atividade reprodutiva da maioria das espécies é baixa (maio e agosto). 

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Bioenergética

Resumo

Evanilde Benedito-Cecilio (Coordenadora); Alexandre Leandro Pereira(bolsista nupélia); Milena Morimoto (bolsista nupélia) e Renata Pereira Pinheiro (bolsista nupélia)

Com o intuito de avaliar os padrões de alocação de energia em espécies de peixes da planície de inundação do alto rio Paraná, selecionou-se a espécie piscívora Acestrorhynchus lacustris e suas principais presas (Astyanax altiparanae, Moenkhausia intermedia e Steindachnerina insculpta). Analisou-se a energia mobilizada do soma às gônadas da espécie predadora, durante o período de maturação gonadal, e a transferência da energia das presas ao predador. Constatou-se que os valores médios de K, aumentaram gradativamente durante a maturação gonadal, sendo estes superiores para as fêmeas. Os valores calóricos dos músculos de ambos os sexos sofreram acréscimo na densidade calórica com o amadurecimento gonadal, sendo as maiores médias apresentadas durante o período reprodutivo, com queda ao final deste. A densidade calórica registrada nos músculos das presas foram superiores ao de seu predador, indicando redução da energia disposnível ao longo da teia trófica.

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Fontes Autotróficas de Energia

Resumo

Evanilde Benedito-Cecilio (Coordenadora); Célia de Almeida Lopes (pós-graduanda)
Maria Conceição de Souza (Pesquisadora) e Cássia Mônica Sakuragui (Pesquisadora) 

O presente subprojeto, teve por objetivo estabelecer a variabilidade isotópica dos principais produtores primários (macrófitas aquáticas C4, C3, vegetação ripariana C3, plantas MAC, perifíton, fitoplâncton e POC) da planície de inundação do rio Paraná, abrangendo ainda o trecho represado do rio Paraná  localizado  no corpo principal do reservatório de Itaipu. Evidenciou-se que as fontes autotróficas de carbono analisadas apresentaram valores médios distinguíveis, possibilitando, portanto, serem utilizados na identificação das fontes de carbono utilizadas para as comunidades animais da área estudada. São também descritos os valores para o isótopo de nitrogênio, os quais poderão auxiliar na identificação mais precisa da posição trófica dos diferentes grupos animais pertencentes a cadeia alimentar da planície de inundação do rio Paraná.

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Ictioparasitologia

Resumo

Gilberto Cezar Pavanelli  (coordenador), Ricardo Massato Takemoto (biólogo); Gislaine Marcolino Guidelli; Maria de los Angeles Perez Lizama, Patrícia Miyuki Machado Lúcia Kayoko Tanaka, e Andréia Isaac (pós-graduandos); Jakeline Galvão de França (bolsista nupélia) e Solange de Carvalho (pibic)

As informações contidas neste relatório foram obtidas de coletas realizadas no período de fevereiro de 2000 a agosto de 2001. Neste período foram necropsiados 1130 espécimes de peixes de 62 espécies diferentes. Do total de peixes examinados 748 (66,2%) estavam parasitados por pelo menos uma espécie. Dentre os diferentes ambientes estudados, os canais foram os que apresentaram um maior número de peixes parasitados (80,6%). Foi observado também um padrão temporal na prevalência, com picos em agosto dos dois anos, quando ocorreram longos períodos de seca e baixas temperaturas. A ocorrência de monogenéticos parasitando a bexiga urinária de Serrasalmus marginatus, S. spilopleura, Prochilodus lineatus, Leporinus lacustris, L. friderici, L. obtusidens, L. elongatus e Schizodon altoparanae foi observada pela primeira vez na planície de inundação do alto rio Paraná. Foi também registrada a ocorrência de Diplostomum (Austrodiplostomum) compactum em Cichla monoculus, Hoplias malabaricus e Satanoperca pappaterra além de Plagioscion squamosissimus. Acantocéfalos do gênero Quadrigyrus também foram registrados pela primeira vez em novos hospedeiros: Hoplias malabaricus, Cichla monoculus, Hemisorubim platyrhynchos, Hoplerithrinus unitaeniatus, Astyanax altiparanae, Acestrorhynchus lacustris, Gymnotus carapo e Parauchenipterus galeatus. 

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Variabilidade e estrutura genética de populações naturais

Resumo

Alberto José Prioli e Horácio Ferreira Júlio Jr (coordenadores); Sônia Maria Alves Pinto Prioli, Carla Simone Pavanelli, Maria Conceição de Souza, Cláudio Henrique Zawadzki (pesquisadores), mariza barion romagnolo; Alessandra Valéria de Oliveira, Laura Leal de Castro (pós-graduandas); Léia Carolina Lucio, Paula Silveira Perioto, Vivian amanda de carlo, Renata de Souza Panarari, Thiago Cintra Maniglia (bolsistas PIC).

Foram desenvolvidas atividades relacionadas com a quantificação e avaliação da diversidade e estrutura genética de populações de peixes e de dois grupos de plantas da planície de inundação do alto rio Paraná. As informações genéticas foram acessadas com os marcadores moleculares RAPD e SPAR, ambos baseados em DNA. A espécie de peixe Steindachnerina insculpita é endêmica do alto rio Paraná, mas o fechamento da barragem de Itaipu foi introduzida a espécie S. brevipinna. Com a metodologia utilizada foi possível determinar que atualmente as duas espécies formam híbridos naturais raros, mas que provavelmente não retrocruzam com as espécies parentais. Assim, como não foi detectada efetiva quebra do isolamento, possivelmente as duas espécies coexistirão com as conseqüências da introdução, mas sem o risco iminente de extinção das populações parentais por miscigenação. Foi possível constatar que na planície de inundação Gymnotus carapo é freqüentemente confundida com G. sylvius. As duas espécies podem ser facilmente identificadas com marcadores moleculares SPAR ou, com maior grau de dificuldade, pela análise cariotípica. Também foi obtida uma indicação preliminar de diferenciação genética de populações de G. carapo de lagoas distantes. Na planície ocorrem três grupos dentro de Hoplias malabaricus cf. que podem ser caracterizados molecularmente. Foram obtidos marcadores SPAR que identificam os três grupos. Foi possível demonstrar com marcadores RAPD e SPAR que, ao contrário do que se pensava, na espécie arbórea Lonchocarpus guilleminianus a reprodução assexuada não é a principal estratégia para ocupação de áreas desflorestadas. Os dados obtidos não forneceram indicações conclusivas sobre a identificação dos indivíduos morfologicamente intermediários entre as espécies Eugenia moraviana e E. florida da família Myrtaceae.

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Avifauna

Resumo

Luiz dos Anjos (Coordenador), Márcio Rodrigo Gimenes (Pós-graduando), Alan Loures Ribeiro (Pós-graduando) e Luciana Baza Mendonça (Pós-graduando).

Os estudos ornitológicos, embora não previstos na proposta original do projeto, foram iniciados no período, em face da importância deste grupo taxonômico nos processos biológicos vigentes na planície. O objetivo inicial foi caracterizar a distribuição da comunidade de aves entre as ilhas da região, tomando-se em conta a área, diversidade de hábitats e estado de conservação destas. Em seguida, passaram a ser desenvolvidos projetos específicos sobre grupos de aves mais relevantes em relação a função ecológica desenvolvida na planície (Falconiformes, Ciconiiformes e Trochilidae). Considerando-se apenas as ilhas estudadas houve o registro de 113 espécies de aves, podendo ser incluídas outras 9 espécies de Falconiformes constatadas em diversos pontos da planície. Os resultados obtidos até o momento no estudo da avifauna demonstram a importância da cobertura florestal na determinação da riqueza de espécies, já que, de uma maneira geral, as regiões da planície de inundação onde as florestas foram menos impactadas têm-se mostrado capazes de suportar maior diversidade de aves. 

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Efeitos dos pulsos de inundação do rio Parana sobre a biologia populacinal de Eichhornia azurea (KUNTH) E Polygonum ferruineum WEDD.

Resumo

Sidinei Magela Thomaz (coordenador), Anderson Medeiros dos Santos (pós-graduando)

A variação temporal de vários atributos popualacionais de duas espécies de macrófitas aquáticas (Eichhornia azurea e Polygonum ferrugineum) foi analisada em dois ambientes da planície do rio Paraná. Foi constatada alteração sazonal da massa seca de folhas vivas e de caules de P. ferrugineum no rio Baia, com os menores valores sendo obtidos nos meses de inverno. O florescimento desta espécie respondeu de forma acentuada aos diferentes períodos do ano em ambos locais analisados, com um pico nos valores de massa seca de flores nos meses mais quentes (Fig. 6). Relações significativas entre vários atributos populacionais de ambas espécies e a temperatura do ar e da água foram registradas. Tendo em vista a ausência de pulsos de inundação pronunciados no período, os resultados obtidos sugerem que outros fatores regionais ou climáticos, como a temperatura por exemplo, são também importantes na delimitação da sazonalidade das populações destas duas espécies de macrófitas.

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Mata ciliar

Resumo

Maria Conceição de Souza (coordenadora), Kazue Kawakita Kita (pós-graduanda); Mariza Barion Romagnolo (pós-graduanda); Vanessa Tomazini (pós-graduanda); Elisa Cavalcanti de Albuquerque (graduanda); Alan Cassiano Secorum (graduando) e Deise Tatiane Bueno Miola (graduanda).

São apresentados os resultados de 4 expedições de campo, envolvendo levantamentos florísticos, por toda a área de estudo e fitossociológicos de remanescentes florestais dos sistemas margem esquerda e margem direita. Do levantamento florístico encontram-se identificadas 66 famílias, 137 gêneros e 156 espécies. As famílias de maior riqueza florística foram Leguminosae, Poaceae, Myrtaceae, Rubiaceae e Meliaceae. Foram acrescentadas, em relação ao relatório anterior, 16 famílias, 67 gêneros e 103 espécies. Os levantamentos fitossociológicos estão sendo realizados em remanescentes florestais, sendo um do rio Baía (Fazenda Bom Futuro, MS) e outro do ribeirão São Pedro (PR). Estes levantamentos estão demonstrando diferenças consideráveis em relação aos que já foram realizados no sistema central (rio Paraná), em estudos anteriores.

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UEM – Nupelia/Peld
Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura
Curso de Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais